Aliás, sempre considerei a ética uma das maiores virtudes que um ser humano pode cultivar e sou radical quanto a isso. Valores morais estão acima de tudo.
Os princípios que regem minha vida são muito simples. Não fale com estranhos, exceto por dinheiro. Não perca tempo com bobagens, não confie em professores que fazem duas chamadas e, acima de tudo, não guarde chocolate.
Sabe, o chocolate pode despertar o pior nas pessoas, e ele sempre se vinga quando sente que foi deixado de lado.
Esses dias, há mais de uma semana, comprei um ovo de Páscoa. Faltam ainda muitos dias para a Páscoa e o plano foi manter o tal negócio guardado numa gaveta e presentear meu irmãozinho (fofurinha cute cute, quem quiser o telefone é só me passar uma grana depois) com o inacreditável ovo explosivo da Cacau Show. O fato é que o moleque não aparece em casa há dias, eu andei me enfezando por aqui e a coisa toda me fez perder o controle.
Resultado: o ovinho foi ingerido há umas duas horas, eu já comi inúmeras coisas depois disso e meu esôfago continua fazendo aquele barulhinho do açúcar que explode, sabe? Agora veja se é saudável para uma pessoa ficar estralando toda uma tarde (sabe-se lá quanto tempo isso pode durar) por causa de um chocolatezinho inocente. Bem-feito Juliana, não guarde chocolate.
É o que eu sempre digo. Quando a monstra ganhou aquele bombom eu bem que avisei pra não ficar criando expectativas, fantasiando momentos ideais pra comer. Ela me ouviu? Claro que não.
Cinco horas depois, salivando com o gostinho do bombom, pensando na textura do chocolate derretendo na boca, se deparou com a desagradável sensação de comer serragem. Culpa do sujeito (sujeita?) que lhe presenteou com um chocolate Vintage, produzido em 1968 em Campos do Jordão? Não né..Culpa dela que não abriu na hora pra poder xingar a pessoa com a boca cheia daquela gosma marrom e com sorte cuspir na desgraçada.
A lição que aprendemos hoje é que chocolate se come na hora. Simples assim.