13 de fevereiro de 2011

Corro demais só pra te ver

Tem gente que gosta de correr, né. Diz que é relaxante (???), um momento pra estar a sós consigo mesmo, pra organizar as ideias. Já li até uma crônica do Fernando Sabino sobre como correr estimula a criatividade.

Criatividade MY ASS. Organizar as ideias? A única coisa em que eu consigo pensar quando tô correndo é em correr. Penso em como minhas pernas estão pesadas e meus pés doem e meu coração tá preso na garganta e eu quero tossir meus pulmões pra fora. Penso "vamos lá, Nayara, só mais um pouquinho. Só passa aquele senhor ali pra ele ver que você é melhor que ele. Isso, agora continua pra sumir de vista. Você consegue, vamos lá".

Claro que o Passeio Público, onde eu corro, não tem tanto glamour quanto, sei lá, o calçadão de Copacabana. Mas me arrisco a pensar que, independente do nível de luxo e paganismo envolvidos, eu sentiria a mesma coisa.

Passei 4 meses em 2010 correndo 3 vezes por semana, e não consegui merda de condicionamento físico nenhum. Cada dia era como se eu estivesse começando do zero. Aí que esse ano comecei a fazer natação (plano Verão Sem Canga 2012, participe você também!) e depois de 3 semanas já estou correndo como uma queniana! Natação: recomendo FORTEMENTE.

E um dia desses tava almoçando num restaurante com uma linda vista do Passeio Público, e olhando distraidamente pras árvores vi... um macaco! Não um simpático sagüizinho ou um inofensivo macaco-prego (ok, eu sei que macacos-prego não são inofensivos), mas um macaco GRANDE MARROM E PELUDO. Solto.

Agora vê lá se eu tenho que lidar com isso: além dos pulmões sendo expelidos do meu corpo via oral, da falta de mar e de glamour, dos ratos do tamanho do meu pé e aves que podem dar uma de Hitchcock pra cima de mim A QUALQUER MOMENTO, ainda tenho que ficar atenta a macacos GRANDES MARRONS E PELUDOS que esperam na surdina pra atacar corredores desavisados.

E ainda tem gente que gosta de correr.