14 de agosto de 2012

Não te fies em água que não corra, nem em gato que não mie

Entre tantas coisas que aprendi com minha mãe, considero um tesouro inestimável a vasta coleção de provérbios envolvendo gatos.
É claro que há outros, e que as avós e bisavós também participaram desta árdua tarefa de criar um repertório de provérbios para todas as horas.
Com aquele sotaque ítalo-paulistano que eu tanto prezo elas diziam toda sorte de conselhos:

"Minha filha, não sei porque você me arranja esses namorado que não tem um gato magro pra puxar pelo rabo."

"Mas menina, vai gastar dinheiro com esse trapinho vagabundo? Filha, isso aí não vale o que o gato enterra."

"Ô sua putana, vem aqui juntar esses brinquedos. O que eu vou fazer com essa menina heim? Só se eu der com um gato morto na cabeça da maldita!"





10 de agosto de 2012

10 minutos para o fim do mundo

AVISO: contém spoiler indireto ao novo filme do Batman (talvez vocês nem percebessem se eu não tivesse avisado).

Quando eu ainda não terminei meu trabalho faltando 10 minutos pro fim do expediente, eu sei que não vai dar tempo. Independente do estágio em que eu esteja, eu aviso minha irmã que não precisa me esperar pra janta, compro um pacote de biscoitos de polvilho na máquina de snacks e me preparo emocionalmente pra - no mínimo - mais meia hora na firma. 


Porque 10 minutos não servem pra nada. Não dá tempo de finalizar um design, salvar no formato correto, conferir com o líder do projeto, desligar o computador, juntar as coisas e ir embora. Pode parecer pouca coisa, mas cada uma dessas etapas toma aí uns 5 minutos (é, até desligar o computador). As únicas coisas que (dizem) se fazem em até 10 minutos são um miojo ou um filho. Ou até os dois. (eu não realmente não saberia confirmar, já que tenho quase 22 anos de muitos 10 minutos e pouca experiência com miojo ou filhos).


Mas de alguma forma, quando faltam 10 minutos para uma bomba explodir, o super-herói sempre consegue quebrar as correntes com que o aprisionaram, derrotar - desarmado - 50 bandidos, cruzar 3 continentes até onde a bomba está, resgatar em queda livre a moça que foi atirada do penhasco, salvar, no caminho, um ônibus escolar prestes a se chocar de frente com um caminhão tanque, beijar seu par romântico, andar despreocupadamente e com muito garbo até a bomba, rebocá-la em seu veículo voador, ser multado por excesso de velocidade enquanto pilota até o alto mar, ejetar seu assento segundos antes da explosão e terminar seus dias tomando piña colada em alguma praia paradisíaca do Caribe - com o par romântico que, de alguma forma, descobriu onde ele estava e chegou lá em (adivinhem!) 10 minutos.


Acho que, da próxima vez que eu ainda tiver trabalho pendente às 18h50*, vou simplesmente pular da cadeira, passar correndo por cima de duas ou três baias, gritar "não se preocupem comigo, apenas salvem suas vidas", me atirar da janela e ir pra casa.




*Sim, algumas pessoas trabalham até as 19h. É um mundo cruel.

7 de agosto de 2012

Então eu tenho aí esse novo hobby de atirar coisas na parede para meu próprio deleite ao vê-las se estilhaçando...Telefones fixos ou celulares, copos (adoro copos), pratos e até objetos maiores, como bancadas (sabe aquela coisinha chata onde você acomoda seu teclado e aí tem que ficar puxando pra fora quando vai usar? Elas às vezes ficam tortas e emperradas até que um dia você se irrita e joga escada abaixo...) e cadeiras. Cadeiras são deveras sem graça porque nunca quebram mesmo. Ou talvez as nossas aqui sejam dessa excelente qualidade que me frustra.


Podem até me chamar de problemática, dizer que eu tenho atitudes destrutivas e violentas (para com os pobres objetozinhos indefesos óóó dó), mas arremessar coisas é um troço que relaxa. E a gente sabe que essa vida é estressante mesmo e que cada um tem seu truque pra descontrair. Uns cuidam do jardim, outros cozinham, alguns praticam esportes e outros quebram coisas.
E talvez ninguém entenda que, no meio de uma briga, quando você já não tem mais o que dizer e atira um qualquer-coisa-que-quebre na direção da pessoa não é por mal, nem pra assustar...Você está só tentando reassumir o controle de seus atos...Olha que coisa bonita que chega a ser uma atitude altruísta até. Sou sempre muito altruísta, sabe?! Está em mim. Não consigo evitar!

Lori, se você estiver lendo, diz aí, você que sabe das coisas, não é um problema sério, né? Tem gente que se auto flagela, gente que bate nos outros, pô...só um copinho ou dois.